Foto do mês (Fevereiro / Edição de Março 2024): Explorando novos horizontes

 

“Fotografia de drone”, assim como “fotografia de celular” são coisas estranhas, já que são fotografias feitas por câmeras em dispositivos adaptados a diferentes finalidades. No caso, o drone é apenas um veículo que pode ou não carregar uma câmera. Esse veículo aéreo não tripulado, sim, merece atenção, pois foi o que possibilitou buscar novas perspectivas com a câmera, substituindo os voos caríssimos de helicóptero. 

 

A primeira foto que tenho memória, feita com auxílio de drone, foi da sombra de camelos em um deserto, onde os camelos, vistos de cima, eram apenas traços e as sombras é que pareciam camelos. Essa foto ganhou um concurso e abriu um debate imenso sobre uso de drone para fotografia (assim como esse debate sobre uso de celulares e, agora, os algoritmos de aprendizagem de máquina chamados de “inteligência”). 

 

Sendo o drone mais um meio para buscar novas perspectivas e explorar novas possibilidades de luz e composição, sempre me interessei por essa ferramenta. Porém, a ideia de carregar mais peso e ocupar mais espaço na mochila nunca me atraíram tanto. Aliado a seu alto custo para uma qualidade minimamente aceitável, o drone sempre esteve fora da minha lista de equipamentos desejados.

 

Com a evolução da ferramenta, peso e espaço já não são tão preocupantes. O preço ainda é impeditivo, mas tive a chance de conseguir um bom negócio. Em três meses com o drone, confesso que a câmera que ele carrega me decepciona bastante para fotografia. Mas também é verdade que para vídeo ela funciona muito bem. 

 

Assim, após esses três meses, decidi que seria a vez de uma nova perspectiva. Fui até a Barra do Una, em São Sebastião, para tentar finalmente uma fotografia que me agradasse. A luz matinal no dia não ajudou e tive que me contentar com um céu cinza e luz difusa. Com uma ideia específica em mente, tive que improvisar e tentar algo diferente – sempre tendo em conta que a bateria do aparelho voa mais que ele mesmo. A foto de fevereiro nasceu, então, buscando balancear as cores vivas do verde mar, com o verde intenso da vegetação, o branco da areia e as águas escuras do Rio Una, carregado de matéria orgânica dos solos da Mata Atlântica.

 

Não foi fácil fotografar com essa câmera nesse equipamento naquele dia, mas fotografar nessas novas perspectivas tem sido divertido e, provavelmente, mais fotos com auxílio de drone aparecerão por aqui no futuro.