Foto do mês (Edição de agosto de 2024): Serena
O ponto mais ocidental do Brasil está no estado do Acre. É a nascente do Rio Moa, na Serra do Contamana, também chamada localmente de Serra do Moa ou Serra do Divisor, nome que remete à fronteira com o Peru. Essa serra, cujo ponto mais alto está a 609 metros sobre o nível do mar, é uma formação geológica única na Amazônia brasileira, já que deriva do soerguimento da Cordilheira dos Andes. Por conta da paisagem montanhosa inusitada em meio à grande planície amazônica, os principais atrativos turísticos da região são as inúmeras cachoeiras, acessíveis por trilha ou pelo rio Moa.
Para chegar à Serra do Divisor foi preciso encarar 15 horas de ônibus partindo de Rio Branco a Cruzeiro do Sul. De lá, uma carona para Mâncio Lima, onde pude conhecer o festival Atsa Puyanawa, a tradicional festa da mandioca do povo Puyanawa. De Mâncio, são mais oito horas de barco pelas incontáveis curvas do Rio Moa para, finalmente, chegar na Serra do Divisor. Assim, saí no sábado às 7 da manhã de Rio Branco para chegar na segunda às 4 da tarde no acampamento. O mesmo aconteceu na volta, saindo às 7 da manhã de uma sexta, para chegar antes da hora do almoço do domingo em Rio Branco, totalizando seis dias de viagem.
Apesar de todo esse esforço, fiquei apenas três dias inteiros na Serra. Foram dias intensos explorando a região, mas que valeram cada minuto. Foi um período de muita tranquilidade em meio a tantas viagens, trabalhos e correrias do dia a dia. Como em outro momento (espero que em um futuro próximo) escreverei melhor o relato sobre a experiência na Serra, decidi que a foto deste mês deveria representar o sentimento de estar no lugar ao invés de mostrar como ele é.
Esta foto, feita na Cachoeira do Amor, remete à serenidade do breve momento que tive no extremo ocidental da Amazônia brasileira.