Foto do mês (edição de agosto 2025): Iguana iguana

 

Entre o final de junho e começo de julho tive a grata oportunidade de poder participar de mais um congresso internacional. No ano passado pude viajar à Nova Zelândia e desta vez o destino foi o México. Mais precisamente, passei alguns dias na charmosa cidade de Oaxaca, sede da 61a reunião anual da Associação de Biologia Tropical e Conservação, mesma associação que me premiou com a melhor foto de biodiversidade em sua reunião de três anos atrás. 

 

Após a conclusão das atividades científicas, pude conhecer dois projetos de conservação de répteis na região: um deles dedicado aos quelônios (cágados e tartarugas) e outro com foco nos lagartos. O chamado iguanário (onde as iguanas são criadas), já tem mais de vinte anos de existência e se mantém com a arrecadação das visitas que recebe, que são uma pequena fração das visitas recebidas pelas tartarugas. 

 

O iguanário é relativamente pequeno, mas com capacidade para abrigar mais de cinco mil iguanas recém nascidas e juvenis em um viveiro, protegidas de potencial predadores. Já os animais adultos, que passam de um metro e meio de comprimento, vivem livres sobre as árvores do espaço. 

 

As iguanas-verde, cientificamente chamadas Iguana iguana têm um nível de proteção especial no México. Atualmente não se encontram ameaçadas de extinção, mas a destruição de habitat e a captura, incluindo de ovos, para alimentação humana estão diminuindo as populações de Iguana iguana em toda sua área de distribuição, do norte do México ao sul do Brasil. 

 

Assim, tem um espaço onde elas possam se reproduzir, encontrar alimentos, crescer livremente e sair para habitar as poucas áreas verdes restantes na região é de extrema importância. Esses mais de vinte anos dedicados aos répteis certamente contribuem para que a espécie ainda não se encontre em risco maior de extinção e, por isso, esse tipo de iniciativa deve ser divulgada e apoiada. 

 

Para balancear o tom catastrófico trazido no último texto sobre a exposição World Press 2025, decidi agora relatar uma história de dedicação e esperança. É difícil ter esperança com o mundo do jeito que está, e a exposição do World Press não nos permite ignorar isso, mas também é preciso olhar para os pequenos avanços como fonte de inspiração. Esse iguanário no México é mais que um lugar de criar lagartos, é um viveiro de esperança por um mundo ambiental e socialmente decente.